sábado, 3 de agosto de 2013

A VERDADEIRA FACE DOS FRIGORÍFICOS BRASILEIROS

JBS da Friboi de Vilhena descumpre acordo, demite grevistas e poderá causar nova greve


Rui Amaro Gil Marques 
Da Assessoria de Comunicação da FTIAPR e sindicatos filiados
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Na sexta-feira (02), o frigorífico JBS da Friboi demitiu de uma única vez sessenta trabalhadores, sendo que a medida ocorreu nove dias após a paralisação de dois dias do funcionários da empresa em protestos contra a mudança de horário, condições de trabalha e reposição salarial. Para os trabalhadores é uma clara retaliação ao movimento reivindicatório, pois foram demitidos os onze membros que fizeram parte da comissão de negociação e, também, aqueles trabalhadores que mais se destacaram durante a paralisação. A indignação dos trabalhadores é maior por causa do descumprimento de compromisso firmado em ata e informado verbalmente para todos os funcionários, no dia em que foi encerrada a paralisação.
A empresa ao comunicar a demissão teria alegado que um contrato de exportação teria sido cancelado e, com isso, a produção iria diminuir. Entretanto, tais alegações contraria os fatos, já que a paralisação recentemente ocorrida foi motivada justamente pela decisão da JBS Friboi de ampliar a jornada para os sábados, para atender à necessidade de aumento da produção; além disso, "coincidentemente" todas as lideranças da paralisação foram demitidas. A decisão da empresa descumpre o acordo que pôs fim à paralisação, que incluía a garantia de emprego dos membros da comissão de negociação. Com isso, todos os demais itens do acordo, assinado pela empresa e o sindicato SNTRA-INTRA, poderão também ser descumpridos.
"A verdade é que fomos todos perseguidos! A política da empresa é essa: todos que buscam seus direitos são mandados embora para ficar de exemplo e coagir os colaboradores, com isso as pessoas ficam com medo de buscar seus direitos, com medo de também ser mandado embora", afirma categoricamente um e-mail enviado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), por um dos demitidos. O trabalhadores entraram em contato com o SINTRA-INTRA, mas teriam sidos informados de que o Sindicato só poderia ira à Vilhena na próxima quinta-feira, mesmo diante da gravidade da situação. A entidade não tem credibilidade entre os trabalhadores, pois sua diretoria ficou por um longo tempo afastada pela Justiça do Trabalho e em junho último o presidente foi destituído, justamente por lesar direitos dos trabalhadores em benefício da empresa.
Para orientar os demitidos e, também, os trabalhadores que continuam na empresa, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e seus sindicatos filiados estarão fazendo uma reunião neste sábado (03), ás 16h30, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR). Na oportunidade serão feitos esclarecimentos sobres as medidas jurídicas para garantir o cumprimento do acordo firmado no dia da paralisação; bem como, de ações sindicais, como protestos, manifestações e novas paralisações. O objetivo é não apenas cancelar as sessenta demissões arbitrárias, como garantir o integral cumprimento do acordo, principalmente o não trabalho aos sábados, aumento salarial e do vale alimentação.

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